terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O fim de ano

É, pessoal...O ano está acabando e chega a hora de fazer uma reflexão e avaliação de tudo o que foi vivido. mas antes quero falar um pouquinho do final do ano aqui.
Não trabalhei muito estes dias, o que foi bom, já que o Nil veio aqui para casa. Dava uma tristeza danada ter que sair pro trabalho no começo da tarde e só voltar tarde da noite sabendo que o tinha deixado sozinho aqui em casa. Mas tudo bem. São ossos do ofício.
O Natal passamos juntos e foi regado a oração e muito carinho. Comida também, é claro. Até hoje a mesa está cheia! Mas a verdade sobre o Natal aqui é que eu o comemorei várias vezes e em vários dias. As comemorações nos flats começaram na segunda-feira passada, dia 20 de dezembro e foram até quarta-feira. Foram momentos muito bons para que eu pudesse me integrar ainda mais com o pessoal do trabalho. Na quarta-feira anterior já tinha comemorado o Natal no grupo de orações em que os moradores dos flats onde trabalho frequentam. E já ganhei presentes. Entre eles, um coco. Sim, um coco, desses que compramos em supermercado aí no Brasil. O presente mais inusitado de toda minha vida! Mas foi bom matar a saudade do gostinho do coco. E isso só aconteceu graças ao Nil, que com muita perseverança conseguiu abri-lo com instrumentos nada próprios para o serviço.





Na quinta-feira, dia 23, foi o dia de comemorar com as meninas que moram comigo, Teresa e Eva, já que elas iriam para casa na madrugada do dia 24. (O Nil também estava neste dia. Aliás, foi neste dia que ele partiu o coco e permitiu às alemãs provarem, pela primeira vez, a água de coco e comerem a fruta naturalmente).



E dia 24 à noite comemoramos só eu e o Nil. Foi muito bom!






                                                   Árvore de Natal proporcional ao tamanho




A única coisa ruim do Natal aqui é que, depois de a semana anterior ter sido de frio e muita neve, na semana do Natal, pelo contrário, as temperaturas subiram muito e toda a neve foi derretida. E justamente quando deveria cair, não cai!
E para completar as festanças de fim de ano, já estou esperando ansiosa pelo Ano Novo em Praga! Tomara que dê tudo certo e seja tudo muito lindo e que, ao contrário do que a palavra expressa, 2011 não seja literalmente uma praga!
Vamos à avaliação do ano...
Posso dizer, sem dúvida nenhuma, que este foi o ano mais emocionante de toda minha vida. Este ano minha vida deu um giro de 360o e tudo mudou de rumo.
No início do ano, presa em Ubatuba por causa do grande congestionamento causado pelos deslizamentos de terra que mataram tantas pessoas e destruíram a casa e a vida de tantas outras, nem imaginava terminar o ano na Europa, fazendo o que gosto e vivenciando tantas experiências engrandecedoras. Por outro lado, também não posso negar que foi com isto que sonhei e pedi para o novo ano: viajar para outros países, conhecer pessoas novas, aprender e me tornar alguém melhor. Valeu a pena ter pulado as sete ondinhas na praia! Realmente deram sorte!
2010. Eita ano que me surpreendeu, que mexeu com meu coração mais do que eu poderia esperar e me provou que ele é mais forte do que eu imaginava. Esse coração aguentou trancos e explosões de felicidade, surpresas e espantos. E o melhor de tudo é estar aqui agora, com aquele sentimento que nada nem ninguém pode tirar de mim: "você venceu, superou todos os desafios!!". E que venha 2011. Outro ano que promete! Já no início de janeiro realizarei o meu maior sonho, o mais ousado de todos que já ousei sonhar. Mas quero deixá-los curiosos e só conto quando estiver lá ou um pouco antes de ir. E, em 2011, se Deus quiser terminarei minha graduação e encontrarei um bom emprego. E depois a vida de gente grande começa: trabalhar e estudar muito para passar no Itamaraty. E se os anos seguintes forem tão bons quanto este, com certeza este será outro sonho que se realizará. Que a força de vontade para lutar pelos meus sonhos e objetivos nunca falte!
Um forte abraço a todos! E que 2011 seja um ano de muitas conquistas para todos vocês!

sábado, 11 de dezembro de 2010

As manotas que a gente dá

Pois é, estou com vergonha de contar, mas não serei egoísta e darei a vocês, queridos leitores e amigos, um motivo para rirem hoje (espero que não seja o único e que esqueçam rapidamente!).
Acontece que, no final de semana passado, atrasada para ir comer uma torta na casa de outros voluntários, tomei um banho e lavei o cabelo rapidamente, me arrumei e saí com o Nil, a passos largos, para a casa do pessoal. No meio do caminho me dei conta de que meu cabelo tinha, simples e puramente, congelado! Me esqueci de usar o precioso dom do raciocínio e, motivada pela pressa, esqueci a lógica: a água congela a 0 graus!! Não sei dizer ao certo o que pensei na hora, mas foi um misto de desespero (porque se eu dobrasse o meu cabelo ele quebrava e caía), de inconformação (por eu ter esquecido a coisa mais óbvia do mundo) e de graça (porque a situação era tão absurda que eu não podia fazer outra coisa a não ser rir de mim mesma!).
E preciso confessar que, apesar de confiar muito no Nil, fiquei rezando quando ele foi colocar o meu cabelo para dentro do meu casaco, para ver se descongelava e ainda ficava inteiro. E ficou, graças a Deus. Foi como renascer de novo! Até este momento, não sabia que era tão apegada ao meu cabelo!!
Mas o episódio não termina aí: cheguei à casa dos nossos amigos quase desmaiando, porque o frio nas contas me deixou até tonta!
Conclusão: Talita, pelo amor de Deus, não saia com o cabelo molhado quando a temperatura for 0 ou negativa! (desculpem, mas eu preciso repetir isto a mim mesma antes que cometa o mesmo erro novamente!)
E o fato de eu ser brasileira e não estar acostumada com este frio e com as temperaturas negativas não é justificativa, só ameniza um pouco os fatos! Mas eu juro que, para não desanimar os atuais e futuros professores de química, não ignorarei mais as propriedades físicas da matéria (assim espero!).


Mudando de assunto, também quero contar que, na quarta-feira passada fiz, pela primeira vez na vida, pão de queijo!


Tudo bem, isto não é motivo de tanto orgulho assim, mesmo porque, além de ser mineira e de não ter feito pão de queijo até então e de, até aquele momento, não ter noção de como fazer um pão de queijo, o "dito cujo" ainda era mistura em pó pronta, e eu só precisava adicionar alguns ingredientes e misturar tudo. E, mesmo assim, sem a ajuda de um paulista, até hoje eu estaria tentando fazer as maravilhosas bolinhas de queijo darem certo... :-( Vergonha Nacional!
Mas, graças à incrível habilidade de misturar a massa do Mathias (que ele aprendeu vendo o pai), tudo deu certo. E isto depois de eu ter queimado o liquidificador tentando misturar a massa e de ter quebrado uma vasilha de colocar chá das meninas que moram comigo, por causa da imensa bagunça que fizemos na cozinha.
Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, não obstante, como dizia a minha querida professora de história Gilda Maria, eu tenho sim um motivo para me orgulhar. Se, durante meus 22 anos nunca tinha feito um pão de queijo sequer, nesta quarta-feira passada, dia 8 de dezembro (tenho que deixar tudo registrado, afinal, depois do que vou contar mamãe vai se orgulhar de novo por me ter como filha), fiz, pelo menos, 300 deliciosos pães de queijo. E dificilmente vivi momentos na vida tão prazeirosos quanto nas horas em que eu tirava os pães de queijo do forno e tinha que experimentar para ver se ficaram bons (o que era dispensável, porque pão de queijo ficar ruim é coisa rara, mesmo quando era eu quem estava na cozinha!). E nem dá pra expressar o quão bom eram os pães de queijo, porque depois de quase três meses sem comer um, pão de queijo tinha se tornado quase uma lenda!
Bom, vou ficando por aqui. Ainda tenho outras manotas e histórias para contar, mas o post já está muito grande!
Até a próxima, pessoal! Abraços!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

E o frio chegou...

E eis que o inverno chegou de verdade, depois de um atípico e "quente" mês de novembro, em que a temperatura média girava em torno de 8 graus centígrados. Na quarta-feira, depois da reunião do Rotaract, tive o prazer de ver, pela primeira vez, pequenas bolinhas de gelo que caíam do céu. No início pensei que fosse só chuva, mas caíam muito lentamente para ser chuva. Quando parei para reparar, percebi que se tratavam, na verdade, de pequeninos floquinhos de neve. Coisinha mais linda, poesia pura! Foi isto o que pensei e senti quando vi. Mas logo parou e eu fiquei só na expectativa de ver mais, sempre acompanhando a previsão do tempo para os próximos dias. Mas ontem não nevou e eu acabei deixando para lá. E hoje, nesta sexta-feira, dia 26 de novembro de 2010, a neve caiu.

Saindo do trabalho nada notei, mas ao chegar ao ponto de ônibus, reparei que, novamente, pequeninas "coisinhas" brancas caíam vagarosamente do céu. Mas desta vez eram maiores e começaram a cair com mais e mais frequência! O ônibus chegou e no caminho para casa fiquei na torcida para que não parasse. E a torcida funcionou, pois a cada estação em que o ônibus parava já era possível ver os montinhos de gelo que iam se acumulando. Quando chegou a minha vez de descer (a última estação), me deparei com um chão branquinho, todo coberto de neve! E a neve cobrira também toda a grama que tem em volta (e é muita grama!). Tirei a câmera da bolsa e fui representar o meu papel (o de brasileira que vê a neve pela primeira vez e fica toda boba e encantada). Fiquei com vergonha no começo, porque as pessoas começaram a me olhar e fazer cara de "qual é? Qual é a graça nisso tudo?", mas eu, ignorando suas caras indignadas, apenas os respondia mentalmente: "qual é? Eu sou brasileira e nunca vi a neve. Vc acha que mesmo que eu vou deixar passar este dia em branco(literalmente!)? Você só vive o primeiro dia de neve da sua vida uma vez". E assim, com toda sem-vergonhice (não sei escrever esta palavra, nem sei se existe) do mundo, saí tirando fotos e fazendo um vídeo durante todo o caminho da estação à minha casa.

Cheguei em casa, liguei para a minha mãe e para o Nil, tinha que contar a eles (apesar de ter nevado antes onde o Nil mora). Mamãe ficou encantada com a notícia. E eu fiquei encantada quando ela disse que já assinou os papéis e vem me ver, juntamente com a tia Sílvia, em abril!
Bom, estas são as notícias da semana. Mas eu queria também registrar algumas manotas que dei na semana passada, quando estava em Londres. Claro que as manotas foram muitas, mas acho que as principais foram:
- ter ido ao Big Ben e não ter olhado as horas.
- ter dado tchau com as mãos para o Andrea Bocelli, quando ele assinalou um tchau para a platéia.

Ah, e nao deixem de ver o video que fiz da neve aqui!


Abração a todos! Não deixem de acompanhar os posts e, se quiserem, comentarem também. É bom quando vcs fazem comentários, pois são para nós um feedback muito importante.

Beijo beijo!!

domingo, 14 de novembro de 2010

Pelo mundo afora

Pois é, sei que estou em falta com vocês. Tem séculos que não posto no blog, mas é porque a vida está muito corrida aqui.
As últimas três semanas foram marcadas por muitas viagens, encontros e emoções. No fim de semana dos dias 29, 30 e 31 de outubro eu fui para Cadca visitar o Nil e comer Açaí. Sim, açaí. E o mais incrível foi que um dia antes de saber que tinha açaí aqui tinha falado com o Nil no telefone que estava com uma vontade enorme de comer açaí e que iria ser difícil ficar um ano sem. No dia seguinte, ele me ligou e disse: "Tali, vc não vai acreditar, mas tem açaí aqui em Cadca. Um pessoal de Bratislava armou uma barraca na praça e vão ficar até sexta-feira. "Coincidentemente" ou não, na quinta-feira seria feriado aqui na Rep. Tcheca e eu havia pedido para trabalhar na quinta e ter a sexta de folga, pois assim teria um dia a mais para ver o Nil. Dei muita sorte e pude sentir o sabor do açaí depois de um mês e meio sem. Embora o modo de preparar fosse diferente (é mais um suco do que o açaí que nós tomamos no Brasil), foi simplesmente delicioso sentir o sabor do açaí outra vez.
Na segunda-feira, dia 1 de novembro, fui para o treinamento do EVS, em Rozberk, uma "cidade" de 120 habitantes (sim, tem status de cidade!) simplesmente maravilhosa. Lá encontrei voluntários de vários países da Europa e fiz amizade com todos. Éramos 19 no total. Descobri que tem um país chamado Belarus, que ingleses e franceses não se odeiam, que na Turquia usar a burca é opcional (a mulher escolhe), que a parte "francesa"da Bélgica faz piada da parte "holandesa") e muito mais. Foi simplesmente incrível e muito intenso! Ficamos hospedados num castelo e nos divertimos muito com dinâmicas, conversas, jogos, piadas e brincadeiras.

A cidade


                                                meus novos e divertidos amigos

Chegando em Brno, nem saí da estação de trem e fui direto a Bratislava, onde teria uma conferência distrital do Rotaract daqui. O Nil foi me buscar na estação, fomos ao hostel, tomei um banho super rápido e fui. E fui muito fuleira, de calça jeans e com a camisa do Rotaract, enquanto que as outras mulheres vestiam vestidos e casacos maravilhosos. Me senti muito mal, mas como não estava esperando ir à conferência, não coloquei nenhuma roupa melhorzinha na mala para Rozberk. Mas, de qualquer maneira, a conferência foi muito boa e proveitosa. O pessoal explicou tudo em inglês para que eu e o Nil pudessemos entender, mas nem todos os Rotaractianos que lá estavam falavam inglês. Nos sentimos até mal por isso, mas também muito honrados, pois aqui nos valorizam muito!
                                                                governador do Distrito daqui

Voltei para casa no domingo à tarde. Na segunda fui trabalhar muito cansada pela maratona que havia sido as duas últimas semanas. Mas na terça e na quarta tive que acordar cedo para encontrar minha coordenadora e depois para conhecer a vila de uma outra. Na quinta-feira fui dormir à 1 da manha e levantei às 3 e meia, para ir à Bratislava pedir meu visto. Conseguir o visto não foi nada difícil. A mulher da embaixada foi super simpática comigo e até conversou comigo em português! Depois passeei pela cidade com a minha coordenadora e fui para o aeroporto, de onde pegaria o avião para ir a Londres, no show do Andrea Bocelli. Fiquei esperando no aeroporto umas 7 horas, entediada, sem um livro para ler e sem nada para fazer. Foi aí que comecei a me perguntar: "Talita, vc é doida, não é? Vc tem noção de que vc está indo para Londres SOZINHA? Lá é uma cidade grande, não é Itumirim não! Nem em Lavras vc consegue andar sozinha direito, como vai fazer pra andar em Londres, se vc mal entende o ingês deles? Isso é loucura! Toma juízo, menina!
Chegando em Londres, passei a noite no aeroporto porque como cheguei à 1 da manha, fiquei com medo de sair sozinha a esta hora para procurar o hostel aonde iria ficar. Às seis e meia da manha desci para o lugar onde eu pegaria o ônibus. Saía e entrava do lugar esperando o ônibus chegar e nada. Foi quando um senhor gordo, de barba grande e branca se sentou próximo de mim e disse: "o ônibus sai às seis e meia", e apontou ao relógio (que marcava 5:30. Por ignorância, não sabia que o fusorário de Londres é diferente do daqui). Depois o senhor me perguntou para onde eu iria e expliquei. Ele me perguntou se eu havia feito o pedido na internet para o ônibus parar aonde eu precisava parar e eu disse que não. Então ele abriu sua grande e gorda mochila, tirou de lá um mapa de Londres e me deu. Depois, quando eu disse que talevz teria que pegar o metrô, ele abriu a bolsa novamente e me deu um mapa do metro. Eu agradeci, me virei para olhar o mapa e ele desapareceu. Estou convencida de que tive um encontro com Papai Noel. E não é brincadeira, não importa o quão engraçado isso possa parecer. Eu nunca me senti tão tocada na minha vida como naquele momento. Eu estava entrando em desespero por não saber o que fazer por estar sozinha numa cidade gigante, com uma língua que eu não domino muito e sem saber ler um mapa.
Mas graças ao Papai Noel e à grande boa vontade dos Londrinos, não só cheguei ao meu hostel como aprendi a ler mapas, a pegar o metro em Londres e pude conhecer muitos lugares e me divertir bastante.
Londres, para mim, é uma cidade dos sonhos. Depois que conheci, tenho certeza de que quero morar lá. Nunca conheci um povo tão atencioso, simpático e receptivo. Em situações de desespero, quando eu achava que me perdia, sempre aparecia alguém e me perguntava "are you ok?". Sempre que pedi uma informação me responderam com um sorriso receptivo. Me chamaram de "dear", de "sweetheart", de "heart" várias vezes e fizeram com que eu me sentisse muito especial.
O show foi incrível. Além do Andrea Bocelli, também estavam presentes outras cantoras soprano, que cantavam com e sem ele, além da orquestra sinfônica inglesa. Me senti no céu. Me perguntava o tempo todo: "É sério? Eu estou aqui mesmo? Isto tudo é pra mim?"
Meu Deus, não tenho nem como agradecer pelos últimos dias que tive. Só sei que foram perfeitos e não dá para descrevê-los nas poucas palavras que aqui deixo registradas neste blog.


The O2, Londres


O Big Ben
O post está gigantesco, me desculpem, mas é queria contar para vocês tudo o que estou vivendo ultimamente. 
Não percam os próximos posts. Espero que possam ser cheios de coisas boas como foi este.
Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sobre a nação Atleticana

É preciso muita garra para se manter sempre `a frente, mas é preciso ainda mais garra para seguir em frente após uma queda. E essa garra o Atlético Mineiro conhece bem.
Não me envergonho por termos conquistado o título da segunda divisão, motivo de zoação por muitos torcedores de times adversários. Pelo contrário, tenho muito orgulho. Ninguém, nenhum time no mundo é imune às falhas. Errar é da natureza humana e cair também. Esta é uma fatalidade na qual todos estamos fadados a sofrer, pois não há como sempre só vencer ou sempre só perder. Volto a repetir: somos seres humanos, passíveis de erro, o que significa que, algum dia, de alguma forma, mesmo aquele que tem mais cuidado com tudo, cai no erro.
Mas nem todos são capazes de seguir em frente, se reerguerem diante da queda sofrida e lutar novamente por seu lugar ao sol. Só verdadeiros guerreiros são capazes dessa proeza.
Num campeonato nem sempre justo, decidido muitas vezes nas falhas de juízes (humanos sujeitos a erros), muitos foram os times que caíram e não mais se levantaram.
Então eu tenho muito orgulho de o Atlético ter conquistado o título da segunda divisão. Mais do que fraqueza, o Galo mineiro mostrou, acima de tudo, poder de superação. Junto de sua torcida, levantou em 2006 uma taça que, mais do que a conquista de um campeonato, simbolizava o renascimento de uma fenix, a volta por cima e a verdadeira vitória dianta das falhas, depois de um tempo de morte aparente e escuridão.
E o Galo não teria conquistado tudo sem sua torcida que, peço perdão pela pretensão (mas nada me convencerá do contrário), é a mais apaixonada de todo o país.
A torcida Atleticana constitui uma verdadeira nação, composta por habitantes capazes de tudo pela pátria mãe e, acima de tudo, orgulhosos por levarem no sangue e no peito o símbolo que é sempre motivo de inspiração e alegria, mesmo nas horas tristes.
O que o Atleticano tem é um amor incondicional pelo time, amor este que supera os momentos de tristeza e derrotas, e que vibra com muita alegria nas vitórias!
Mas o melhor de ser atleticano é simplesmente ser atleticano. Porque amar incondiconalmente se traduz em uma alegria e orgulho que vão além de qualquer dificuldade, que supera facilmente qualquer tristeza.
E parafraseando nosso grande e querido poeta Vinícius de Moraes, que me perdoem os que apenas torcem para um time, mas amor incondicional é fundamental. E só o Atlético Mineiro pode se gabar de ser constituído, em sua maioria, de torcedores que amam incondicionalmente o time. E é por esse amor que superará sempre todas as dificuldades e seguirá sempre em frente, se reerguendo diante das derrotas e sempre preparado para dar a volta por cima com muita raça e amor!
Talita Lara Carvalho Nassur
PS- peguei a foto de um outro blog, http://lancesnuances.wordpress.com/tag/clube-atletico-mineiro/ . É preciso dar os créditos! Achei a foto perfeita para o texto que escrevi!
PS2 - Não importa quão longe do Galo eu esteja, ele será sempre motivo de inspiração. E não, nada do que estou vivendo aqui me inspiraria a escrever neste blog mais do que o Atlético Mineiro, então no próximo post, talvez, eu comente um pouco mais de como está minha vida aqui.
Abraços a todos!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Passeios, comida brasileira e mais passeios

Andei com tanta preguiça de escrever no blog ultimamente, apesar de sempre pensar no que vou escrever e como, quando encontro algum assunto para postar aqui. Mas aí sento na frente do pc, coloco ele no meu colo e faço mil e outras coisas, mas nada de postar no blog... Mas hoje pedi licença para a preguiça e dei uma fugidinha para contar para vocês o que tenho feito aqui.
No último final de semana aproveitei para passear bastante. Aliás, comecei a passear já na sexta-feira, no trabalho. Dois dos assistentes, juntamente com os clientes de onde trabalho, me levaram a um parque do outro lado da cidade, de onde podíamos ver a cidade toda. Foi muito legal, exceto pela hora em que um dos clientes, da minha idade mais ou menos, andou tão rápido na nossa frente que achamos que o tínhamos perdido. Mas depois de correr bastante consegui alcançá-lo e trazê-lo de volta.
No sábado fui com as meninas numa cidade chamada Zdarn Sazovou, um lugar muito bonito e interessante. Lá visitamos uma igreja, que era circundada por cinco capelas menores, formando uma estrela e também um castelo. Mas o que eu achei mais lindo foi o lago que havia entre a igreja e o castelo. Poderia ficar olhando para ele por horas e horas!

Não pudemos ficar muito tempo nesta cidade porque neste dia os avós da Eva, moça que mora comigo, estavam comemorando bodas e ela teria que voltar mais cedo para fazer uma videoconferência com eles. Então quando voltamos, ainda tive tempo de ir numa galeria e comprar mais uma "bunda" para mim, desta vez branca. E depois ainda encontrei com meus novos amigos brasileiros e fomos ao shopping procurar pão de queijo. Não tinha....Mas também compramos leite condensado e material para a janta daquela noite, que reuniu brasileiros, um boliviano, um australiano, um portugues e um russo em volta de deliciosas panelas contendo nada menos do que arroz, feijão e panquecas. De sobremesa? BRIGADEIRO!! Coisa mais boa!!

No domingo fui ao castelo Spilberk, que fica no centro da cidade e pude me deleitar com a vista espetacular que ele oferece. E, por fim, fomos a um lago muito bonito que fica perto da minha casa (de tram) e caminhamos muito, muito e muito até chegarmos em casa novamente!

Bom, este foi o resumo de um fim de semana perfeito! Espero que os que vem pela frente também possam ser recheados de belas paisagens e boa companhia!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Sobre comida, lavar a louça, trabalho e futebol

Bom, vamos às notícias. Na verdade não tenho nenhuma novidade muito relevante não. Mas queria contar que fiquei com o estômago embrulhado quando vi o pessoal daqui lavar as louças. Aqui a pia é dividida em duas partes. Eles enchem as duas partes de água, na primeira ensaboam as vasilhas e só passam na água da segunda e então está pronto. Só que as vasilhas ficam com muito sabão e eles não ligam! Acho que sabão aqui não faz mal à saúde, só pode!
Esses dias finalmente encontrei feijão aqui e fiquei muito feliz! Resolvi fazer ontem, mas como não tem panela de pressão, depois de umas 3 horas cozinhando na panela normal, resolvi comer assim mesmo. Bom não ficou, mas deu pra comer. Também estava com um desejo danado de comer carne de boi, de preferência um bife bem gostoso. Passei por cima da minha consciência e fui ao supermercado. Dois bifes, 85 Kc, o que equivaleria, mais ou menos, a R$8, 50. Caríssimo! Mas...como o desejo falava mais forte, resolvi comprar para matar a vontade. Também não ficou bom. Não tem nada para poder bater o bife aqui em casa, então ficou meio duro e sem sal (não encontrei tempero semelhante ao do Brasil aqui). Mas está bom. Já deu para matar a vontade!
O trabalho está ótimo, me apaixono mais a cada dia que passa. É muito gostoso trabalhar com deficiêntes mentais, muito bom quando conseguimos arrancar um sorriso deles ou mesmo quando consigo me fazer entender, mesmo não falando a língua deles. Estou muito feliz aqui!
Por fim, só para falar um pouco de como está minha vida aqui, tem o futebol. Hoje eu fui para o treino e descobri que tinha um amistoso. O técnico me colocou para jogar mais no final do jogo e, meu Deus, quanta dificuldade! Nunca tinha jogado futebol de campo antes, não sabia para onde ia, quem marcava ou o que fazia. Mas depois de passes errados e de eu ter rodado igual barata tonta no campo, consegui fazer um gol, o segundo do meu time (o primeiro tinha sido de penalti), contra os 4 ou 5 que a equipe adversária fez na gente. Foi divertido, fiquei feliz por poder estreiar minha chuteira nova, linda, toda roxinha! É muito bom ir para o futebol, porque lá eu conheço outras meninas e tenho a possibilidade de fazer novas amizades!
Agora preciso ir...mas quando eu tiver mais notícias, eu conto! Abraços, pessoal! Saudade tá batendo forte, muito forte!

domingo, 3 de outubro de 2010

Em busca da Bunda perfeita!

À medida em que o tempo passa, mais vejo propagandas de bundas nas ruas. Aqui vendem bundas de todos os preços, tamanhos e cores, para qualquer gosto. Está ficando cada vez mais comum ver pessoas desfilando orgulhosamente com suas bundas à mostra. Percebo também que uma só bunda não é suficiente para o povo daqui. Compram sempre mais e mais bundas. Ontem mesmo fui comprar uma para mim, só tinha uma e não estava sendo suficiente. Escolhi uma preta e macia, muito bonita por sinal!
Seria um escândalo se "Bunda", em Tcheco, não significasse, pura e simplesmente, "casaco". Até hoje não consigo deixar de rir quando vejo uma propaganda de "bunda" na rua, ou mesmo quando as pessoas saem falando por ai sobre elas e citam, inevitavelmente, o nome da "coisa".
Está cada dia mais frio aqui. É normal fazer 7, 8 graus agora e é incrível como as pessoas daqui - e também as minhas colegas de apartamento, que são alemãs - acham que nem está tão frio assim. Já estou aguardando o inverno ansiosa e com um pouco de receio: espero conseguir passar por ele. Por causa disso, já sei em que investir todas as minhas economias (as que farei a partir de agora e com muito sacrificio, porque vida de voluntária não é fácil): bundas! E sei que precisarei de muitas! Ou pelo menos de algumas bem quentinhas! Também precisarei investir em luvas, cachecóis, sapatos próprios para o inverno e coisas neste sentido. Mas está bom. Não deixo de gostar do frio por causa disso. Tem suas compensações também. Ontem tive o prazer de tomar um delicioso chocolate quente - de verdade - e sei que muitas outras delícias me aguardam neste inverno (terei que jogar muito futebol para gastar todas as calorias!). E também vai ser muito bom namorar com este tempinho, além de ler e assistir filmes!
Saudade já está batendo forte, pessoal! Queria muito que vcs estivessem aqui para compartilharem estes momentos comigo! Mas já que isso não é possível, vou carregando vcs em meu coração para onde quer que eu vá...Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Jogo Brasi X Rep. Tcheca - um encontro com brasileiros!

O outono chegou e é encantador ver como as folhas rapidamente vão mudando de cor. A paisagem aqui está cada dia mais bonita e o frio está chegando...Preciso urgentemente comprar roupas de frio! Mas felizmente acho que não precisarei mais fazer isso sozinha!
Ontem tinha treino de futebol e eu estava louca para entrear a chuteira roxa que comprei, mas por um recado de um amigo no orkut descobri que teria jogo da liga mundial de basquete e o Brasil iria jogar contra a Rep. Tcheca. Dei um jeito de descobrir o endereço, apelei para meu amigo "Google maps" e lá fui, sozinha e me sentindo adulta por estar andando sozinha em Brno (e corajosa  por estar fazendo isso depois de ter me perdido aqui de madrugada na segunda-feira com as meninas que moram comigo).
Ontem fiquei sem saber como chegar ao estádio, pois o Google só falava que depois da estação do ônibus eu deveria andar um minuto, mas não dizia em qual direção. Então resolvi usar do melhor método quando se está perdida: perguntar! E foi assim que consegui achar o estádio e um ingresso (na internet já estavam esgotaodos).
Chegando ao estádio fiquei muito surpresa ao encontrar mais bandeiras do Brasil do que da Rep. Tcheca, apesar de a maioria das pessoas estarem com adesivos com a bandeira do país na cara. Não éramos muitos brasileiros, mas os que estavam lá levaram orgulhosamente a bandeira do país (eu levei duas, na dúvida se levava só a bandeira do Brasil ou a do Brasil-Galo, levei as duas!).
Fiz sinal para esses brasileiros me esperarem depois do jogo e lá fui encontrá-los. Todos jovens e estudantes, todos muito gente boas e quase todos carregando orgulhosamente a camisa do time no peito: corinthians, Botafogo e Fluminense - além de mim, com a camisa do Galo!
Foi muito bom conhecer esses brasileiros aqui e fazer novos amigos! É bom saber que não estou sozinha e que alguém entende minha língua aqui! Bom também foi descobrir que tem pão de queijo em um supermercado aqui, pelo que me disseram!
Depois do jogo fomos entrevistados pela Sportv e eu aproveitei para novamente exibir a bandeira do Galo! Foi um dia muito interessante!
Infelizmente o Brasil perdeu o jogo, mas eu ganhei muitos amigos!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Enfim, o tão esperado beijo!

Bom, este último final de semana foi regado a beijos, abraços, "počkať" (que quer dizer espere, em eslovaco) e "čo robíš?" (o que você está fazendo?). Até agora acho um pouco difícil de acreditar que, depois de quase quatro meses, enfim pude ver o Nil e selar nosso namoro com nosso primeiro (e depois segundo, terceiro, quarto, milesimo...) beijo. Fiquei receosa de que algo desse errado e nem escrevi nada no blog e contei para pouquíssimas pessoas que iria à Eslováquia visitar o Nil. Mas o importante é que deu tudo certo e, como não podia ser diferente, me diverti muito e dei muitas risadas ao lado dele. Foi muito bom perceber que o Nil não mudou nada desde que saiu do Brasil, e que ele continua com aquele jeitão dele e fazendo as mesmas piadas de sempre, mesmo que quase ninguém entenda (não que entendessemos muito no Brasil, mas os europeus tem um senso de humor diferente do nosso)! Acho que nunca vou esquecer da felicidade que o Nilmar ficou e do quanto ficou empolgado quando viu outro negro em Zilina. Eu devia ter filmado! E também não tem como explicar como era engraçado quando percebíamos que estávamos falando inglês um com o outro, sem necessidade. Mas é que já estávamos tão habituados a falar inglês que às vezes demorava um pouco até percebermos que não havia necessidade alguma! Era engraçado também como todas as vezes que íamos a um restaurante ou loja o antendente sempre disparava a falar eslovaco comigo. Enao adiantava dizer "Nerozumin" (não entendo), porque eles não se convenciam de que eu não era de lá. Também não dá para esquecer a sorte que tivemos de encontrar 10 Euros na rua quando estavamos correndo para almoçar e depois pegar o trem de volta para Brno. E nem que eu pisei nesse dinheiro e nem mesmo vi! Olho bom o do Nil! Ah, ainda tem tantas coisas para contar! E eu queria muito poder contar detalhadamente, mas se fizesse isso encheria páginas e páginas do blog. Então, resumindo, foi maravilhosa a minha visita à Eslováquia e ao Nil! E agora posso dizer oficialmente - e posso mesmo gritar para o mundo todo ouvir - que estou namorando! Só o que não posso fazer é andar de mãos dadas com o Nil, pelo menos até o meu visto sair. É que todos sabem que ele é estrangeiro (não dá para confundir!) e a polícia internacional vive tentando pegar os ilegais aqui. Então, até meu visto sair, melhor não dar motivo para eles me pararem. Mas enfim, esta já é outro capítulo da minha história aqui na Rep. Tcheca....(Não percam as emocionantes histórias do próximo capítulo de "Uma Voluntária na Rep. Tcheca"!!

terça-feira, 21 de setembro de 2010


Nossa, tenho tantas coisas para contar que nem sei por onde começo! E tenho certeza de que vou esquecer de contar várias!!
Bom, ontem foi a primeira vez que peguei o ônibus e o trem sozinha. Tinha um encontro com a minha mentora para saber um pouco mais sobre o trabalho. Katka, minha coordenadora, só me disse o nome das estações que eu deveria parar e eu tive que me virar. Mas não foi muito difícil. Escrevi o nome das estações num papel e saí com ele nas mãos, assim, se a pessoa para quem eu perguntasse onde deveria pegar o ônibus não falasse inglês, era só eu mostrar o nome da estação. Não foi difícil chegar ao meu destino final, mas fiquei vários minutos na estação onde eu deveria encontrar minha mentora esperando por ela - e sem saber como ela era. Mas foi só ela me ligar e acabamos nos encontrando fácilmente. Ela me mostrou novamente meu local de trabalho, me explicou um pouco sobre o que eu deveria fazer e depois fomos almoçar na casa da Katka. O almoço foi um desafio para mim: sopa de abóbora e um prato feito com muita cebola e muito pimentão: tudo o que eu não gosto! Mas não dá para fazer desfeita quando se é convidado para almoçar, não é? Mas eu consegui comer e até que a sopa de abóbora não é tão ruim, é só um pouco doce. Depois vim para casa e fiquei atoa na net o dia inteiro.
Hoje o dia foi mais legal: foi meu primeiro dia de trabalho mesmo! Chegando à Sheltered Housing não encontrei ninguém que falasse inglês, mas consegui conversar com as pessoas através de gestos. Depois de um tempo no apartamento de alguns clientes, vi um pc ligado e pedi para usar, assim liguei o google tradutor e comecei a me comunicar com as assistentes assim. Inicialmente elas me pediram para ir jogar quebra-cabeça com um dos clientes. Foi bem legal, mas me senti muito burra e fiquei refletindo sobre quem de nós dois, na verdade, tinha algum atraso mental, já que eu não conseguia montar o quebra-cabeças de jeito nenhum e o rapaz fazia isso com uma facilidade danada!
Depois fui convidada a sair para passear por Brno com dois dos outros clientes, que eram capazes de andar sozinhos pela cidade. Foi muito bom! Pude ver o quanto essa cidade é bonita e legal! Eles me levaram a lugares muito bonitos, inclusive um lugar de onde dava para ver grande parte da cidade. Queria muito ter tirado foto, mas eles andavam muito rápido e eu não sabia pedir isso em tcheco. Vou tentar voltar ao lugar depois e tirar algumas fotos! Hoje também ganhei um presente de um dos "clientes", um carrinho de madeira, feito por ele mesmo. Mas uma das assistentes não viu que ele tinha me dado e levou de volta para o quarto dele e fiquei sem graça de ir pegar de volta!
Amanhã vou jogar futebol. A minha coordenadora é tão legal que conseguiu me matricular nos treinos e vai pagar os custos com o dinheiro que ela ganha do projeto. Fiquei tão feliz!! Acho que não vou dar conta, mas vai ser bom poder correr e me movimentar todas as quartas-feiras! Bom, já escrevi demais. Tem que colocar um freio em mim senão eu não paro! Amanha escrevo como foi o treino e se eu dei conta ou não! E aproveito para escrever algumas das muitas outras coisas que eu também queria ter contado hoje, se este post já não estivesse tão grande! Beijo no coração de cada um de vcs! Saudade gigante! 

domingo, 19 de setembro de 2010

Vida nova!


Bom, vamos `as novidades! Ontem tentei postar aqui no blog, mas não consegui! Ontem eu e Eva (uma das alemãs que moram comigo), juntamente com Martina, a mentora de Teresa (a outra alemã que mora comigo) fomos à Kunstad, vila próxima a Brno. Tinha uma feira lá, com várias peças de artesanato local, tudo muito bonito e interessante!
Tivemos que pegar o trem sozinhas, o que foi um grande desafio, pois só sabíamos o nome da rua onde deveríamos encontrar Martina. Com sorte achamos um mapa aqui em casa que tinha a linha do trem e dos onibus, mas quem nos salvou foi um rapaz que estava no trem e nos informou que teriamos que trocar de trem em determinada estacao e pegar outro. Mas deu tudo certinho!! A vila é muito pequenininha e muito bonita! Enquanto eu caminhava olhando o artesanato local me lembrei das feiras no Brasil. É tudo muito parecido. Achei interessante a maneira como estamos tão distantes e fazemos coisas tão iguais!
Foi bom sair de casa também porque pude ver um pouco de Brno. Que cidade mais linda! Toda com cara de Europa mesmo!
Passei um pouco de frio ontem, porque não tinha noção de que iria esfriar tanto e também porque dentro de casa nós temos aquecedor, então eu nunca sei como está o tempo lá fora. Mas já aprendi que levar uma blusa de frio quentinha nunca é demais!
Hoje fui com Eva ao supermercado comprar algumas coisas que estavam faltando aqui em casa. O ap é super arrumadinho, mas ainda temos coisas para organizar e para comprar.
 As meninas que moravam aqui até deixaram muitas coisas, inclusive comida. Hoje mais cedo encontrei um livro de tcheco, escrito em inglês, que ensina tcheco passo a passo. Fiquei muito feliz, pois realmente preciso aprender essa língua. Me sinto tão mal por não saber nada!
Agora a pouco uma senhora bateu na nossa porta e começou a falar em tcheco e a apontar para mim. Quase saí correndo e escondi dentro do guarda-roupa! Eu nao tenho ideia do que ela queria, mas depois de meia hora que eu e a Eva estavamos tentando dizer "Nemluvim Cesky" (eu não falo tcheco) e "Nerozumin" (eu não entendo) ela acabou entendendo e deu alguns passos para trás para poder ir embora. Ainda bem! Vou desligar o pc agora pq já estou ficando sem bateria (não sei se mencionei, mas a bateria do meu pc não funciona na tomada daqui. Nem os adaptadores do Brasil funcionam, então terei que comprar um adaptador daqui. Até lá, terei que ir pegando a bateria da Teresa emprestada. Super beijo para todo mundo! Saudade já tá batendo forte, pessoal! Amo mto todos vcs! beijinhos!


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A jornada - antes, durante e depois

Vamos aos fatos.
Na segunda-feira, dia 13, tudo estava tão perfeito que, pela segunda vez na minha vida (a primeira foi quando eu andei sozinha em BH e consegui me virar), me senti com a estrelinha do Super Mário. Tudo deu muito certo! Fui ao médico e, além de ele constatar que estava tudo bem comigo, também me deu os remédios que eu teria que comprar (e que custariam por volta de R$150). Depois andei um pouco com meu pai, vi a minha avó e depois, quando fui comprar algumas coisas que faltavam, acabei encontrando uma amiga que pediu para eu levar um pacote de pó de fazer pão de queijo para o Nil, justamente o que me faltava comprar (e o que eu não havia comprado porque não sabia como era). Neste dia também pude me despedir da minha amiga Mari, de quem eu achei que não poderia me despedir. À noite eu aproveitei para arrumar um pouco mais as malas, para conversar um pouco com minha prima Fê e para consolar a mamãe, que começou a chorar por causa da minha partida. Por causa disto, acabei perdendo o jantar do Rotary e não pude despedir do pessoal do Rotaract, mas sei que este ano vai passar rápido e logo nos veremos novamente!
A terça-feira, para compensar a segunda, foi bem conturbada. Pela manhã fui à Itumirim me despedir da minha doce vovó Lindaura e comer o melhor arroz doce da face da Terra, que só ela sabe fazer. Depois fui à manicure e, como já não estava me sentindo bem, saindo de lá fui direto para casa. Daí em diante as coisas só pioraram. Comecei a me sentir cada vez pior. Resolvi tomar um banho e quase desmaiei. Sentei no chão da banheira para ver se melhorava, mas só piorava. Tentei levantar, mas não consegui. Como o meu cabelo estava cheio de shampoo, meus olhos começaram a arder muito também. Pensei que fosse morrer nessa hora.  Saí da banheira e fui tateando até o meu quarto, sem roupa nem nada, deitei na cama e tentei ligar para minha mãe e meu irmão, sem sucesso. Depois consegui falar com uma tia e ela foi para lá me acudir até minha mãe chegar. Mas mesmo depois que minha mãe chegou, continuei passando mal, sem conseguir levantar da cama direito. Nessa hora foi me dando um desespero gigantesco, porque já era noite e eu iria viajar às 4 da manha para BH. Deu duas horas e eu nada de melhorar. Minha mãe já estava falando que eu não iria e aquilo me deixava mais desesperada ainda, porque eu mal conseguia argumentar, porque sabia que não estava bem mesmo e sem condição nenhuma de viajar. Dormi um pouco e acordei assustada um tempo depois. Olhei no relógio e já eram quase cinco horas. Desesperei. Achei que minha mãe tinha me boicotado! Chamei ela correndo e ela acordou assustada também. Coitada, tinha passado a noite toda em claro e acabou dormindo de cansasso. Bom...no final das contas deu tudo certo. Chegamos a tempo em BH, depois de termos contribuído para o caos do trânsito local, e peguei o avião para São Paulo.
Em São Paulo eu e o PH, outro voluntário do EVS, esperamos até dar a hora da viagem e partimos para Amsterdam.
Amsterdam, na minha opinião, foi a parte mais difícil da viagem. Depois de lá, cheguei à conclusão de que tenho cara de suspeita! Me pararam todas as horas e não pararam o PH nenhuma vez!! E o pior é que acabei me enrolando quando me perguntaram quanto tempo eu iria ficar e, não sei como, o cara me deixou passar! Mas depois que passamos pelo controle de imigração foi tudo ótimo. O aeroporto de Amsterdam é simplismente muito lindo! Tem até uma biblioteca lá dentro!!
Depois de esperar algumas horas nós viajamos para Vienna, juntamente com o time de hóquei da Escócia (o que eu só fiquei sabendo depois e que, na verdade, não faz diferença nenhuma!). Chegando em Vienna eu e o PH nos separamos. Minha coordenadora veio me buscar e eu vim para Brno. Aqui é uma cidade muito legal pelo que eu pude ver. A minha coordenadora é muito boazinha, atenciosa e preocupada e o meu apartamento não poderia ser mais fofo e arrrumadinho! Estou muito feliz com tudo isso...
Preciso ir agora, depois dou mais notícias!! beijinhos no coração de todos! Já estou com muita saudade!

domingo, 12 de setembro de 2010

Só na expectativa

Mal acredito que faltam apenas 3 dias para eu ir. É difícil explicar o que estou sentindo, só sei dizer que quero, ao mesmo tempo, ir logo e ficar. Essa expectativa está me matando!! Quero chegar logo lá e quero, também, que o tempo aqui passe bem devagar para eu aproveitar bastante tudo e todos.
Ontem a despedida que fizeram para mim foi incrível! Quanta coisa gostosa!! Quantas pessoas especiais para mim! Nunca esperava tanta gente e tamanha consideração. Ganhei até música (uma carinhosa sátira à minha pessoa, que não consigo tirar da cabeça: Talita, nanica...!)! Mas agora estou sentindo um vazio tão grande!! Já me despedi de todos, mas ainda estou aqui!
Ainda tenho muitas coisas para arrumar! Mas aos poucos as coisas vão chegando ao lugar!
Fiquei feliz hoje porque descobri que um documento que eu precisava traduzir já foi traduzido e isso significa economia e menos trabalho quando eu chegar lá e uma preocupação a menos aqui. Só espero que o correio entregue a tempo!
Consegui também resolver o problema de encontrar lugar para ficar em BH antes de pegar o voo para São Paulo. Mais um probleminha que risco da minha grande lista de coisas que ainda preciso fazer!!
Vamos com calma que vai dar tudo certo!! Desespero e ansiedade não me levarão a lugar nenhum! Mas o que eu faço com esse frio na barriga, eu não sei! Amanhã faltarão apenas dois dias....ai!!