quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Bunda & Cia

Oi pessoal,

vocês pensaram que a "Bunda" era a única pérola da língua tcheca? Pois estavam muito enganados! E aqui estou eu, novamente, para trazer outras pérolas...
Vamos começar com uma questão "leve", mas que me intriga desde o começo...

Sim e não, em tcheco são, respectivamente, Ano e Ne. Seria muito simples se os tchecos pronunciassem o sim (Ano) corretamente, mas a verdade é que eles não pronunciam. Como nós (principalmente os mineiros), comem um pedaço da palavra. Ano, então, passa a ser NO que, em inglês, língua na qual me comunico a maior parte do tempo aqui, significa justamente o oposto. O resultado disso é uma confusão danada, principalmente porque nas conversas com o pessoal do meu trabalho geralmente eu misturo e inglês com o tcheco, porque eu não falo muito de tcheco e eles não falam muito de inglês. E é um tal de falar No fazendo com a cabeça que sim que é de deixar qualquer um confuso. No final das contas, ninguém mais sabe se é sim ou não! Mas até que nem é tão difícil para nós se nos compararmos com os gregos. Tive uma colega no trabalho que era da Grécia e se comunicava principalmente em inglês e às vezes em tcheco. Ne, que significa não em tcheco, significa justamente o contrário em grego, ou seja, sim. Agora imagina ter os dois significados trocados? Bom, é confusão demais até para minha cabeça e é até difícil de explicar!

Outra expressão engraçada da língua tcheca é "fakt, jo", que significa inocentemente "fato, sim". As pessoas usam muito esta expressão aqui e geralmente quando estão empolgadas e querem confirmar alguma coisa. O único detalhe é que essa expressão tem um som muito parecido com "fuck you"(peço desculpas por postar isso no blog, mas é ilustrativo) que, no inglês, significa nada menos do que "vai se foder" ou "foda-se". Agora imagine andar na rua e ouvir um "fuck you", ops..."fakt, jo" em cada lugar que você vai? No mínimo você vai achar que todo mundo é revoltado ou que não te querem ali de jeito nenhum.

Por outro lado, se você encontrar um amigo brasileiro por aqui e começar a conversar em português, por favor, não comente com esse amigo que você tava andando de carro por aqui e teve que fazer a "curva". Melhor ainda, jamais comentem nada sobre "curvas" aqui, porque você corre o risco de apanhar ou de ser olhado de um jeito MUITO feio na rua. "Curva", palavra tão simples para nós, significa para eles nada  menos do que "Puta". Atenção com o que dizem, porque sair falando puta por aqui pode ser uma curva de uma sacanagem com as meninas que não tem nada a ver com isso!!

Que os significados das palavras podem mudar em línguas diferentes, mesmo drasticamente, a gente já entendeu bem. Mas até eu fiquei confusa ao ir ao supermercado na semana passada e encontrar um Vademecum para os dentes. É isso mesmo, você não leu errado não. Tá aí a prova:
Vai ver que a nova técnica agora é mandar um advogado bucal para ganhar a briga contra as cáries. Escovas de dente e pastas comuns já não conseguem mais resolver o problema. Por via das dúvidas, comprei o livro de jurisdição dental. Serve tudo para tentar prevenir maiores problemas depois. Não quero correr o risco de ter que pagar nenhuma indenização para bactérias que se sentiram prejudicadas pela escovação e entraram com um processo de danos morais .


Para quem acha que a educação no Brasil é ruim e que na Europa as coisas nesse sentido funcionam muito melhor, vem aqui a explicação, simples e clara, do sucesso dos alunos europeus (pelo menos dos tchecos):
 "Kola" para estudante é vendida na rua e em vários lugares. Eu imagino que se há tanta exposição do produto, ele deve ser no mínimo legalizado e aceito em várias escolas, apesar de ser alto preço (bom, isso não dá pra julgar, dependendo da necessidade do aluno, o preço compensa!). Outra confusão causada por significados diferentes provindos de uma mesma palavra (nesse caso, pela soronidade), com significados diferentes nas duas línguas. Acalmem-se e podem continuar xingando a educação brasileira e lutando por melhores condições nesse sentido, porque "Kola", aqui, significa bicicleta...

Voltando ao assunto das coisas legalizadas e aceitas pela sociedade, não faz mal contar uma curiosidade daqui. Maconha aqui não só é legalizada, como também é tradição de família. Cada pessoa pode ter uma quantidade máxima de maconha e podem até plantar no quintal de casa. Agora imagina só, o neto adolescente maconheiro, trocando idéias "de boa" e numa boa com a vovó? Haja civilização!!

(foto ilustrativa, retirada do blog http://quemeopapai.blogspot.com/)

O mais interessante é que, apesar de ser legalizada a maconha e de seu uso ser até tradição de família, você não vê ninguém sair louco ou em "paz e amor" pelas ruas daqui. Mas que deve ser engraçado ver a vovó "numa boa", deve ser sim...

bom, vou parar por aqui, porque já expus muito a Tcheca no blog e talvez esse não seja um local adequado para fazer isso.

Ai ai ai, essa tcheca já deve tá dando o que falar!

Vejo vocês no próximo post, talvez já no Brasil, pois faltam apenas mais alguns dias para a volta! Contagem regressiva, 8 dias apenas.....Ai, haja coração!! Espero que tenham gostado do blog, dos posts e das fotos! Sintam-se à vontade para comentar, adoro ler os comentários de vocês!! Beijão e até a próxima!!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O que aprendi em quase um ano vivendo na República Tcheca...

 Bom...eu aprendi muito mais do que um pouco de tcheco e de eslovaco, muito mais do que lidar e cuidar de deficientes mentais...
Eu aprendi muito sobre minha essência e sobre meu verdadeiro eu.
Aprendi a me virar diante das mais variadas dificuldades, a ser forte quando nada mais podia me sustentar.
Aprendi a ser mais independente, a cuidar de mim mesma com mais carinho, a lidar com minhas dores e doenças.
Aprendi a importância do tempo, do meu descanso e do meu trabalho.
Aprendi mais sobre responsabilidade comigo mesma, para com os outros e para todas as situações da vida.
Aprendi a superar a distância e o isolamento, carregando comigo a todo momento todos os que eu amo e que me fazem crescer.
Aprendi que lutar pelos sonhos sempre traz resultados.
Aprendi também que devemos ter cuidado com o que desejamos, pois nossos mais íntimos desejos podem se tornar realidade, e nem sempre estamos preparados para vivenciá-los e enfrentá-los.
Aprendi a dizer não para o que não me agrada.
Aprendi a dizer sim.
Aprendi que posso e devo me permitir.
Aprendi a importância da simpatia e do sorriso nas relações humanas.
Aprendi que deficientes mentais são, na verdade, aqueles incapazes de amar e de pensar no outro. Os que hoje são chamados de deficientes mentais são pessoas com uma incrível habilidade de amar e de se expressar além dos modos convencionais.
 Aprendi que nada na vida vem de graça e que quando eu quiser algo, devo lutar por essa coisa e pagar o preço.
Aprendi que tudo na vida é feito de escolhas, nem sempre justas, mas necessárias.
Aprendi a importância de me manter em contato com aqueles que amo.
Aprendi a valorizar mais o Brasil e os lugares onde vivo e vivi.
Aprendi a ver além dos estereótipos,
Aprendi a me vestir melhor e a me gostar mais.
Aprendi a procurar por melhores preços e melhores condiçoes e deixar para trás aquela ansiedade incontrolável para ter tudo na hora.
Aprendi que nem sempre o que é óbvio para mim também é óbvio para o outro e vice-versa.
Aprendi dezenas de novas palavras e expressões em inglês.
Aprendi que, embora a educação brasileira seja muito falha, temos um sistema melhor, que não humilha e não expõe os alunos.
Aprendi que, embora existam inúmeras culturas diferentes, em todas o sorriso tem o mesmo significado.
Aprendi que ser loiro de olhos claros não significa beleza.
Aprendi que, em diferentes lugares, os padrões de beleza variam (a tendência é valorizar mais o que há de menos ou o que não há no local).
Aprendi que sou muito conservadora.
Aprendi a dar valor nos profissionais da saúde brasileiros.
Aprendi que a distância e uma cultura mais distantes te tornam mais fria às vezes.
Aprendi que deixar tudo para trás às vezes é muito bom, pois não há nada melhor do que um bom recomeço.
Aprendi a não ter medo das oportunidades.
Aprendi a lavar roupa.
Aprendi a deixar de ser boba e tão inocente diante do mundo.
Aprendi que eu sempre me surpreendo.
Aprendi que sou mais fraca e mais forte do que imaginava.
Aprendi o valor do trabalho.
Aprendi a me curtir.
Aprendi a perder o medo de tentar.
Aprendi que devo tomar mais cuidado com o que eu digo.
Aprendi que os hormônios às vezes me controlam.
Aprendi a me depilar com depilador elétrico.
Aprendi que às vezes preciso de um tempo só comigo mesma.
Aprendi que ir ao banheiro é natural e não é vergonha para ninguém.
Aprendi que, as vezes, as coisas que vemos na televisão parecem ser maiores e mais bonitas do que realmente são.
Aprendi a ser turista.
Aprendi a respeitar e entender mais e melhor as diferenças.
Aprendi a não ter medo da felicidade.
Aprendi a importância de se ter alguém fiel, companheiro e amigo ao lado.
Aprendi a importância de superar o passado e me abrir para um presente e futuro de felicidades.
Aprendi a importância de uma boa companhia.
Aprendi a importância de ter alguém com a mesma cultura para compartilhar pontos de vista. E de ter alguém com uma cultura bem diferente para fazer o mesmo.
Aprendi que idealizar demais as coisas resulta em decepções.
Aprendi que carrego nas costas a imagem que os outros farão do lugar de onde vim.
Aprendi que grandes diferenças culturais não impedem grandes amizades de se formarem.
Aprendi que o comunismo foi horrível para a privacidade.
Aprendi, sobretudo, sobre a relatividade do tempo...

porque embora esse ano tenha passado tão rápido, cresci mil anos em um e sinto que vivi bem mais do que tinha vivido nos últimos anos.

Jamais vou me esquecer desse ano maravilhoso que vivi aqui. Nada na minha vida me marcou e me modificou tanto e tão profundamente...
Saí do Brasil mocinha, estou voltando uma mulher, preparada para os novos desafios que a vida irá me oferecer.
Este ano que vivi aqui foi como um bálsamo curador. Me ofereceu o tempo que eu precicsava para me reestruturar, para matar meus anseios, para relaxar, para aprender muito, para vivenciar meus maiores sonhos, crescer....enfim, evoluir!!

E eu quero agradecer a todos aqueles que me permitiram vivenciar tudo isso no momento certo, nem antes, nem depois.
Obrigada a Deus e a meus amigos espirituais, ao Cedet e a Cáritas Brno, obrigada mãe, Nil e a todos os meus queridos amigos, obrigada Catatau, obrigada minhas vozinhas queridas...

Todos vocês foram presença constante e parte essencial da minha vivência aqui.

Muito obrigada por tudo!!
E me deesculpem pelo post enorme! ;)

                                                Castelo Veveri, que visitei na última quarta-feira. Obs- essa foto não é minha!!

                                                      No castelo Veveri (ao fundo)

domingo, 10 de julho de 2011

voltando à ativa...

Eu sei que parece que abandonei o blog - e abandonei mesmo, de certa forma - mas é que, no final das contas, tava mais interessante apenas vivenciar tudo! Tá bom, a preguiça também tomou conta de mim, admito.
Depois de fazer as viagens com as madames e com meu amor, voltei a trabalhar, às aulas e também às outras viagens. Foi assim que, pouco tempo depois que as madames foram embora, voltei à belíssima e encantadora cidade de Londres, que eu tanto amo. De lá eu e o Nil partimos, em uma excursão, para Windsor, Bath e Stonehenge! Lugares belíssimos e encantadores! Pena foi não poder passar mais tempo por lá!


Fomos também à maravilhosa cidade de Budapeste. Meu Deus, Budapeste é linda demais! E lindos também são os artesanatos locais, os bordados, as roupinhas de nenem....Budapeste tem também bons preços e ótimas empresas de turismo, o que atrai muitos turistas. Bom, fica aí mais uma super sugestão de passeio. Para quem vai com um grupo de amigos ou solteiro(a), Budapeste é uma cidade cheia de jovens e de vida.
E para aqueles que levam consigo a pessoa amada, poucas cidades são mais românticas! Vale a pena conferir de perto!



Bom, depois de Budapeste passei por um momento muito doloroso, que foi a volta do Nil ao Brasil, no início de junho.  E quase que o danado leva a minha chave de casa junto com ele, já não bastasse levar meu coração. Faltando dez minutos para o meu ônibus partir - e depois que ele já tinha entrado para a área de embarque - me lembrei de que minha chave estava na mochila dele e comecei a ligar para ele sem parar. A sorte é que ele atendeu e, com os pouquíssimos centavos que ainda tínhamos de crédito, consegui avisá-lo da chave e ele a levou para mim. Foi por pouco! Se ele fosse embora com minha chave, eu ficaria sem entrar em casa (já que as meninas que moram comigo também estavam viajando) e não poderia me alojar nem no meu trabalho, já que a chave estava junto. Eu teria que ficar na rua mesmo! Ainda bem que deu tudo certo.
Mas a verdade é que, quando o Nil foi embora, perdi a vontade e a motivação de ficar aqui e tudo o que eu queria era voltar também para poder ficar com ele. Mas segurei firme as pontas e duas semanas depois já estava me aventurando novamente, desta vez com minha querida e divertida amiga Érika.
Com a Érika, voltei a Viena, Praga e Budapeste, além de conhecer um lindo castelo numa cidadezinha aqui da República Tcheca. Foi tudo muito bom!


                                                Em Viena


                                                         Em Praga



                                                       Em Budapeste


Bom, a verdade é que, no final das contas, quem virou madame fui eu e a Érika, mesmo que por poucos dias!
E agora estou eu aqui, nesse marasmo....nesse calor que me faz suar mesmo dentro de casa, com as janelas arreganhadas, contando os dias para voltar, com o coração na mão por querer ir e ficar. Vai ser muito difícil deixar minhas "crianças" aqui e voltar ao Brasil. Meu trabalho aqui não é fácil, mas é muito difícil você não se apegar a pessoas tão especiais!
Queria que existisse um potinho onde a gente pudesse guardar todas as sensações, porque aí eu guardaria comigo todo o carinho que recebo dos "clientes", cada abraço, cada sorriso que eles dão. Pena que a caixinha da memória é tão imperfeita e nos faz esquecer muitas coisas com o tempo e que, pelas fotos e vídeos, apenas as imagens e sons ficam registrados.
Agora é bola para frente, pensar no que precisarei fazer no Brasil, em todo trabalho que terei com o estudo e na busca por um emprego que possa me ajudar a conseguir dinheiro para estudar para o Itamaraty.  É muito bom conquistar um sonho, e melhor ainda viver um por um ano. Mas o que às vezes a gente se esquece é que, depois que são conquistados e vividos, a vida continua...E daqui a poucas semanas estarei de volta ao meu amado Brasil, aos braços daqueles que amo, à normalidade de uma vida que eu já não sei mais se sei viver e à uma realidade a qual eu sinto que já não pertenço mais. É...terei que reaprender a viver e a me readaptar ao lugar aonde por muito tempo eu vivi e que, agora, parece uma realidade distante de mim, como a Europa era para mim antes de eu vir para cá.
Tomara que dê tudo certo!

Um abraço a todos!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Um tour pela Europa com duas madames

Eu sei que fiquei muito tempo sem postar,  mas é que eu estava fazendo a viagem mais incrível da minha vida! No dia 31 de março fui à Lisboa, Portugal, encontrar a Érika e a família dela, pessoas extremamente queridas as quais eu não via há muitos anos, mas pelas quais tenho um carinho enorme e considero quase que como parte da minha família. Eles me acolheram na casa deles e lá fiquei por vários dias, esperando mamãe e titia chegarem e até partirmos para Madrid. Ir a Portugal foi como voltar ao Brasil: há muito tempo não via tantos brasileiros e tantas coisas próximas à nossa cultura, incluindo a comida e o jeito. Mas a comida...ah, a comida! Tia Ana, mãe da Érika e da Ellen, minhas queridas amigas, fez tudo o que eu estava sonhando comer há meses: pão de queijo, caldo de feijão, lasanha, strogonoff e muito mais! Acabei engordando por lá! Além da comida e do jeito das pessoas, outra coisa que se asemelhou muito ao Brasil foi o clima: depois de passar frio na noite anterior à ida a Portugal, com a temperatura média de 3 graus, passei muito calor com repentinos 30 graus!!
Portugal é um país muito bonito e me surpreendeu bastante! Gostei muito de lá! Aqui vai algumas fotos do local:
                                                 Torre de Belém

                                                    Érika, mamãe, tia Sílvia e eu!

Bom, ficaria simplesmente super gigante se eu postasse mais fotos e eu ainda quero falar um pouco dos outros países e postar algumas fotos de lá, então pararei por aqui com Portugal. Vou tentar resumir o máximo possível sobre os outros países, só para vocês saberem um pouquinho o que vimos, fizemos e as minhas impressões sobre cada local.

Espanha


                                         No dia 06 de abril cedo partimos para Porto e de lá pegamos o vôo para Madrid. Já no aeroporto de Porto iniciou-se um "drama" que persistiu por quase toda a nossa viagem: o peso da bagagem. Mamãe sempre com pelo menos 5 quilos a mais e nós sempre na correria, no guichê do check in, trocando as coisas de mala para não termos que pagar multa.
Madri é uma cidade mais do que linda, extremamente encantadora e adorável, com seus músicos pelas esquinas tocando músicas clássicas e ambiente acolhedor, o maravilhoso Museu del Prado e suas milhares de obras maravilhosas e construções incríveis da cidade. Não tinha como não nos apaixonarmos pela cidade! O único problema que tivemos por lá foram as escadas do hostel, que nos fizeram ter que correr atrás de um hotel com elevador, já que já havíamos carregado as malas pelo metro de Madri e as puxado pelas muitas e muitas escadas de lá. Mas tirando isso, foi tudo muito perfeito!!
Na noite do dia 07 partimos para Barcelona e viajamos por toda a noite no trem, uma viagem extremamente desconfortável! Mesmo tendo pagado pela primeira classe, tivemos que dividir a cabine com outros dois homens e, se não fosse por um, não teríamos conseguido colocar as bagagens na parte de cima da cabine. A questão é que não havia espaço para nós, para os homens e para as malas e foram muitas horas de viagem praticamente sem dormir e muito desconfortáveis.
Chegando em Barcelona, fizemos um tour pela cidade e visitamos a igreja da "Sagrada Família", uma construção linda, instigante e imponente e visitamos ainda outros prédios desenhados por Gaudi, como a casa de pedra e alguns outros. Linda cidade também! À noite nos encontramos com a Érika, a tia Ana, a Ellen e o André, que também estavam visitando a cidade, e assistimos a um lindo espetáculo das águas e de luzes, próximo a outro prédio de deixar qualquer um babando! Foi tudo incrível lá e mesmo a correria não deixou que perdessemos o entusiasmo!

                                                Tia Sílvia e mamãe em uma das relaxantes praças de Madrid, fazendo nada mais do que comer e relaxar.


                                                   A Sagrada Família - Barcelona


Itália

Partimos para Roma na madrugada do dia 8 e lá chegamos pela manhã. O Nil já estava nos esperando no aeroporto e nos acompanhou até o nosso hostel. Depois de deixarmos as malas no hostel fomos passear pela cidade e fomos primeiramente ao Vaticano. Lá é ainda menor do que eu pensava, mas é bem bonito também. Infelizmente as filas de lá estavam tão grandes que decidimos nem entrar nos monumentos e nos museus.
De lá, pegamos um desses ônibus turísticos que percorrem toda a cidade e assim vimos incontáveis maravilhas. Bastava estar de olhos abertos para ver construções lindas e imponentes. Outra cidade simplesmente maravilhosa! E nós ainda demos sorte porque era a semana da cultura lá (ou algo assim) e não precisamos pagar nada para entrar no Coliseu, mais um dos encantos de Roma!


Eu e o Nil no Coliseu


                                          Jogando uma moeda e fazendo um pedido na Fontana de Trevi


Na manhã do dia seguinte partimos de trem para Nápoles, cidade feinha, suja e cheia de camelôs e pixações pelas ruas. Lá o motorista de taxi nos passou a perna e cobrou 15 Euros para andar menos de 5 minutos! Ah, se eu tivesse um mapa antes e soubesse que o hostel era tão perto! Chegando no hostel, fomos recebidos de braços abertos, com amplos sorrisos nos rostos. Já nos esperavam de fora do prédio. Diferentemente do que pensei, não tinha reservado o quarto de um hostel, mas era um quarto que uma família alugava. Coisa mais linda o quarto, tudo simples, mas muito bem arrumado! Adorei!
Depois de nos acomodarmos fomos dar um passeio no centro de Nápoles, onde vimos construções bonitas e onde comi uma deliciosa pizza de queijo de búfala. A pizza teria sido a melhor que eu já comi na vida, se o queijo não tivesse ficado enburrachado tão rápido e não tivesse perdido o sabor depois disso. Assim, a pizza da Romanesca continua sendo a  melhor de todas!


                           Não foi a melhor do mundo, mas essa é original! E essa pizza era só para mim!


Centro de Nápoles

Mas foi o dia 10 de abril o que me deixou mais contente, de todas as visitas que eu fiz. Fomos a Pompéia, outro dos grandes sonhos que eu tinha e, diferentemente do Egito, desta vez não tive decepções. Pelo contrário, Pompéia é mais linda do que eu poderia ter sonhado e nada vai me fazer esquecer as belezas, o clima e a paz interior que senti por lá! Pensei que fosse ver mais corpos, mas a maioria foi retirada e está nos museus de Nápoles e de Pompéia, os quais não tivemos tempo de visitar, mas só de andar pelas ruínas da cidade e contemplar o esplêndido Vesúvio já fiquei mais do que satisfeita!


                                            Alguns dos mortos pela "fumaça" do Vesúvio. É triste, mas é maravilhoso que tudo tenha se preservado!!


Galo e Pompéia: grandes paixões! Galo em qualquer lugar do mundo!

No mesmo dia voltamos a Nápoles e de lá pegamos um trem para Veneza. Viajamos durante toda a noite, e novamente com a cabine lotada, mas desta vez conseguimos dormir e foi muito mais confortável. Veneza é uma cidade muito linda e romântica, mas tem lugares que fede também. E é de quebrar qualquer clima ver o pessoal jogar água suja nas águas da cidade, bem na hora que você está passeando de gôndola (isso aconteceu com a gente, infelizmente). Foi um passeio muito gostoso e cheio de romantismo e compras! Adorei!


Nil e eu em Veneza!


                                                   Passeando de gôndola pelas "ruas" de Veneza


República Tcheca e Áustria

Novamente passamos a noite viajando, mas desta vez de ônibus, e foi assim que viemos de Veneza aqui para Brno. Eu estava tão cansada que dormi a viagem inteira! Aqui em Brno não tivemos muito tempo, só pude ir com a mamãe, a tia Sílvia e o Nil ao meu trabalho e ao supermercado, infelizmente. Queria ter mostrado a elas como aqui é bonito também. Mas na manhã do dia seguinte partimos para Viena, na Áustria, onde novamente pegamos estes ônibus turísticos (principalmente porque estava chovendo) e fizemos uma rápida visita à cidade, voltando a Brno na mesma tarde.
No dia 15 fomos para Praga. Eu e o Nil deixamos mamãe e a tia Sílvia num taxi e as mandamos para o hotel e fomos para o nosso hostel, onde nos arrumamos rapidamente e partimos para o show do Pink Floyd, pelo qual o Nil tanto esperou (o nosso ingresso já estava comprado desde setembro!). O show até que foi legal, eles homenagearam alguns brasileiros (Jean Charles, por exemplo), mas eu não conseguia ver nada porquena minha frente tinha nada menos que várias pessoas com pelo menos 2 metros de altura (eles tinham muito mais, porque tampavam até o Nil, que tem quase 1,90). Mas tudo bem!
No dia seguinte, pegamos novamente o ônibus turístico e passeamos pela cidade (eu dormi, pra falar a verdade) e depois partimos para a maravilhosa capital francesa, Paris!


Eu e mamãe no tram em Brno - tadinha da mamãe, morreu de frio aqui!


Nil no show do Pink Floyd na Arena O2, em Praga

França
Quando eu era novinha eu tinha o grande sonho de conhecer Paris, mas depois este sonho foi morrendo dentro de mim e comecei a pensar que a Torre Eifell era só um monte de ferro. Mas que bom que resolvi ir lá mesmo assim, porque o que vi lá foram maravilhas a todo momento e, como Roma, só não se via coisas lindas quando se estava com os olhos fechados!
A Torre Eifell é linda mesmo, o Louvre é encantador, os prédios são de tirar o fôlego, a cadetral de Notre Dame é de fazer exclamar "ohhhh", a rua do Moulin Rouge é de se admirar (como pode uma rua inteira se voltar só para a questão do sexo? Aconselho não ir lá com sua mãe, como eu fiz!).....só a Bastilha e o Arco do Triunfo que me deixaram um pouquinho desapontada. Chegando nesses lugares, olhei e pensei: mas é só isso?! Mesmo assim, me apaixonei completamente por Paris!!


Ah, Paris e o amor!


Museu do Louvre

Bom, pessoal, é isso! Desculpem-me por este post enorme, mas eu precisava contar tudo. Resumi o máximo possível! Espero que vocês tenham conseguido viajar um pouquinho com a gente através deste post! Um super abraço e um super beijo a todos vocês! Até a próxima!

sexta-feira, 25 de março de 2011

notícias daqui...

Diferentemente do que prometi no último blog, não usarei este post para falar da língua aqui e das outras coisas engraçadas que se ouve por cá. Acho que terei outra ocasião de fazer isso e, como escrever sobre isso exige inspiração, resolvi deixar para depois. Resolvi escrever hoje só para não deixar o blog abandonado (senti que o abandonei!!).
O que eu tenho feito aqui é estudar, trabalhar e viajar muito. As aulas na faculdade começaram com tudo. Sem dúvidas, a faculdade aqui é muito mais difícil que no Brasil. Fiquei admirada ao perceber que alunos do segundo período de Inglês já falam inglês perfeitamente e acompanham facilmente as aulas de Literatura, lendo textos que até eu achei um pouco puxados (e olha que já estou no 8o período). Mas mesmo com a dificuldade e a loucura que é a faculdade aqui (tenho que ler, em média, 100 páginas em inglês por semana, além de fazer diversos deveres de casa), estou dando conta de tudo. Já tinha percebido que funciono melhor é quando faço muitas coisas, porque isso me coloca para frente e me obriga a fugir da preguiça.
O trabalho continua na mesma...eu gosto muito, muito mesmo, mas tem dia que estressa também. É um trabalho maravilhoso, mas no final do dia geralmente estou esgotada física e mentalmente. Mas vale muito a pena!
E as viagens...depois de fugir dos nazistas na Alemanha, resolvi dar uma conferida na obra deles em Auschwits, o maior campo de concentração de todos, que fica na Polônia. O que vi lá, juntamente com o Nil e os outros voluntários brasileiros que estão aqui, não foi nada bonito. Eu achava que o que os nazistas tinham feito era algo extremamente horrível, mas ao chegar em Auschwits e após fazer uma visita guiada, não tenho palavras para descrever o que foi feito. 11 milhões de judeus é muita coisa! E o pior, para mim, não é o fato de eles terem matado tantas pessoas, e sim o de o terem feito com tamanha crueldade, sem considerar crianças ou idosos, ou quem quer que fosse. Quando passamos por uma sala que tinha, basicamente, coisas e informações sobre crianças, quase desabei ao ver os quadros nas paredes com seus rostos, data de nascimento e o fim que levaram e perceber que, dos que estavam lá, apenas uma tinha sobrevivido. Todos os outros tinham sido mortos poucos dias depois que chegaram ou tinham destino desconhecido.
Ir para lá me fez refletir muito sobre a vida e nossa mesquinhez...me fez perceber quão tolas e pequenas são minhas preocupações e dores e, mais do que tudo, me fez querer lutar ainda mais por um mundo melhor e pelo meu próprio crescimento interior.
Depois da visita a Auschwits fomos a Cracóvia, outra cidade que também sofreu muito com a Segunda Guerra Mundial e com os nazistas. A cidade é linda, além de ter ótimos preços e um povo adorável. Mas o melhor de Cracóvia foi visitar um museu arqueológico, sobre o qual não tenho palavras suficientes para descrever, de tão excelente! E não tivemos que pagar nada para entrar!
Gostei muito da Polônia (algo lá me fez sentir "em casa"), mas preciso confessar que me entristeci muito pelo modo como o país se apresenta. Durante todo o percurso de trem, pude ver muitas e muitas casas destruídas, lixo pelo caminho e com isso um sentimento de abandono tomou conta de mim.  Apesar de adorável, a Polônia é um país que ainda não se recuperou da Guerra (também pudera, foi um dos países, senão O país, que sofreu mais por causa do nazismo) e os vestígios desta tragédia podem ser vistos em todo canto.
Mas o que me assusta nisto tudo, sinceramente, é pensar que a Guerra aconteceu há pouco tempo atrás. Mesmo diante de tanto impacto, sinto que a humanidade ainda não aprendeu e me assusto e me entrisceço profundamente ao ver vários países continuarem a fazer guerras e a causar extermínio indiscrimidado por causa de status e poder. Pelo amor de Deus, chega de tanta guerra, de tanto egoísmo, tanta vaidade! Parem de destruir o meu amado mundo, parem de usurpar a humanidade e o pouco que nos resta  ...Parem de inverter os valores, de nos neocolonizarem...Já chega!!
Segue abaixo algumas fotos da visita a Auschwits e Cracóvia.



                                             sapatos de crianças...



                                                     Cracóvia - eu e meu amor!!

                                                           um pouco mais da bela cidade de Cracóvia!

Bom pessoal, vou ficando por aqui porque o post já está grande demais. Devo postar agora só no final do mês de abril, já que a mamãe e tia Sílvia estão vindo no próximo dia 4 e vamos viajar por Portugal, Espanha, Itália, República Tcheca e França! Estou muito ansiosa e espero poder postar a vocês boas fotos e histórias!
Queria que vocês, queridos amigos, pudessem vir aqui também... Mas os meses estão passando muito rápido e logo estarei de volta (claro que, se voces quiserem vir, já têm um lugar para ficar e ficarei muito feliz por revê-los!!)

Beijos no coração de vocês e um abraço apertado cheio de saudade!
Tali ;-)

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Fugindo dos nazistas

Fevereiro foi cheio de viagens, novidades e aventuras. Foi assim que, logo após fazer a besteira com o cabelo, viajei para Liberec, para o Mid-Term (segundo e último seminário dos voluntários). Não estava muito animada a viajar não, exceto pelo fato de que iria reencontrar os voluntários novamente. E é sempre bom rever os amigos.
Fiquei um pouco desapontada com o lugar que escolheram para o seminário: um eco-centro. Não é que eu não goste de animais, fazenda e estas coisas, mas é que no inverno não tinha muitas coisas para ver, além de cavalos, porcos, cabras e ovelhas. E eu estava esperando algo mais, já que no primeiro seminário  nós ficamos hospedados num castelo. Mesmo assim, foi bom rever o pessoal. E foi uma experiência muito interessante descer 3 km de uma montanha de puro gelo. É claro que eu caí mais do que andei e que fiquei toda dolorida depois, mas esta foi uma daquelas experiências doloridas que, com certeza, eu faria de novo!

                                                    Antes de descer a montanha e já com o bumbum cheio de neve

Outra coisa que tornou o Mid-Term não tão interessante foi o fato de eu estar muito ansiosa com a volta à Alemanha. Um mês antes eu havia combinado com alguns outros voluntários de irmos a Dresden, Alemanha, já que ficava a poucas horas da cidade do Mid-Term. E para lá fomos.



Eu teria ficado mais assustada ao chegar em Dresden se, duas semanas antes, as meninas que moram comigo não tivessem me avisado que teria uma manifestação dos e contra os nazistas. Mas como não encontrei nada a respeito da net, meio que deixei para lá.
Mas chegando lá na sexta-feira vimos cartazes espalhados por toda a cidade e uma estranha movimentação.



 Mesmo assim, continuamos a fazer turismo pela cidade sem problemas. À noite o pessoal decidiu sair e, como estava muito cansada, resolvi ficar no hostel (maravilhoso, por sinal!). Na manhã seguinte, uma das voluntárias (Stéfanie, da Áustria) me contou que, ao voltarem para casa, foram parados por policiais que disseram que nós tínhamos ido a Dresden no dia errado, que não devíamos ficar saindo por lá, pois era perigoso. E logo depois que ela me contou isto, nada menos que sete helicópteros da polícia apareceram alinhados no céu, além de várias viaturas com a sirene ligada circulando ao redor.




                                              Helicópteros no céu de Dresden                                          

Fui ficando um pouco assustada com aquilo, não sabia que o evento tinha tamanha proporção. E também fui tomada de muita raiva quando soube que a manifestação dos nazistas era permitida pela legislação e a contra o nazismo não era. A desculpa dos alemães a isso é que a Alemanha é uma democracia onde todos têm o direito de se expressar. Quando soube isso quis mandar a Alemanha para a...(ops...vocês sabem, não preciso falar!)
E como a situação estava tensa (polícia por todo lado, manifestantes com faixas, pouquíssimas pessoas além dos manifestantes nas ruas...) resolvemos viajar a uma cidade próxima, Meissen. Mas não poderíamos ir à estação de trem mais próxima, pois ela estava dominada pelos nazistas e, para protegê-los, os policiais nunca nos deixariam passar. Então fomos procurar uma outra estação e, no caminho, encontramos a manifestação anti-nazistas. Adorei!! E aproveitar para gritar muitos "Ehhhhhhhhhhhhh" logo que algum manifestante dizia algo no microfone.



Foi uma manifestação bonita, sem violência e plena de mensagens de paz. Em alguns cartaz pude ler: "Abraços de graça" e "Me beije, não me bata".  E a diversidade de idades, de caras e de estilos era marcante, idosos, crianças, jovens e adultos estavam lá para manifestar sua insatisfação contra o nazismo. E nada menos do que 10 mil pessoas foram lá para lutar pelo que acreditavam, enquanto que apenas mil nazistas tiveram coragem de dar as caras. E eu ainda não entendo como essa manifestação aconteceu e como pode ser permitida por lei (claro que não há nada de errado em querer matar muitas pessoas em todo o mundo, só porque sou estúpido e ignorante o bastante para achar que a minha raça é a certa. Aff!!).


                                        Manifestante contra o nazismo esconde o rosto, mas mostra a mensagem "Me beije, não me machuque".

No fim das contas, deu tudo certo. Bom, mais ou menos. Sofremos para conseguir entrar em alguma estação de trem. Como estávamos em grupo nenhum dos muitos policiais que barravam as entradas nos deixavam passar. Então resolvemos nos dividir em casais e depois de 20 minutos estávamos todos dentro da estação e embarcando para a simpática cidade de Meissen.
E no domingo voltamos para casa. Reencontrar a minha cama foi como um encontro romântico de um desses filmes melosos de amor. Ela nunca me pareceu tão bela, gostosa e aconchegante. Pena que não pude aproveitar muito, porque na segunda passada as aulas na universidade começaram. Mas eu conto sobre isso depois, o post já está enorme!
Beijos a todos vcs! E continuem acompanhando o blog! No próximo post virei com outras questões engraçadas sobre a língua tcheca.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O dia em que fui levada por um carro de polícia

Já se passaram muitos dias desde a minha última postagem. As coisas não mudaram muito por aqui, mas comecei a ficar um pouco cansada por causa do trabalho, das viagens e das atividades. Mas na sexta-feira passada me aconteceu algo chato: saí com a Eva e com um amigo dela e fomos a um pub. Depois fomos ao Mac Donalds porque estávamos famintas. Eu não tinha dinheiro porque a minha organização não tinha dinheiro para me pagar, mas a Eva iria me emprestar. Quando ela foi pagar a parte dela vi que ela tinha usado tickets alimentação semelhante aos que eu tinha e fiquei super empolgada por poder usá-los no Mac Donalds. Peguei meus tickets, paguei meu pedido, guardei o troco na carteira, a coloquei na bolsa e falei empolgada para a Eva: "Adorei estes tickets! Além de eu poder usá-los aqui, ainda recebo troco!". Então fomos para a mesa e comemos. Passados quinze minutos mais ou menos resolvi checar se tinha alguma ligação no celular e, para minha surpresa, percebi que minha bolsa estava muito vazia. Minha carteira havia desaparecido! Voltei ao caixa, perguntei para vários atendentes, andei pelos locais onde tinha passado e nada. Minha carteira havia mesmo desaparecido! E lá se foram meus tickets de alimentação, cartão de crédito, carteira da faculdade, fotos dos meus pais, pen drive, etc. e o pior: três pequenos tercinhos que ganhei de três pessoas extremamente queridas e sem os quais eu nunca saía.
Graças a Deus o Nil veio para cá no sábado. Juntos fomos procurar algum posto da polícia para tentar fazer um BO e ver se alguém tinha encontrado a minha carteira, mas o posto policial estava fechado. Fomos ao centro de informações aos turistas e nos informaram onde havia outro posto policial. Nos dirigíamos para lá quando, de repente, avistamos dois policiais uniformizados na rua e resolvemos falar com eles. Nos aproximamos e eu arrisquei meu (pobre) tcheco: "Dobre den. Prosim, mluvite anglicky?"(Bom dia.Por favor, o senhor fala inglês?). O jovem policial respondeu que falava um pouco e então eu prossegui com a conversação, explicando que havia perdido minha carteira no dia anterior e gostaria de saber os procedimentos necessários. Ele pediu que aguardássemos, falou no radinho e poucos minutos depois aparece um carro com 5 policiais. 3 deles saíram do banco de trás e nos fizeram gestos para que entrássemos no carro. Fiquei paralisada, pensando: "Isso é mesmo necessário? Tudo isso?" E foi assim que levaram eu e o Nil, do centro de Brno e sob dezenas de olhares curiosos, para a delegacia num carro policial.
Na delegacia foi tudo muito tranquilo. O guarda falava inglês, era paciente e atencioso. Mas queria de todo jeito que eu falasse que a carteira havia sido roubada (o que eu não podia afirmar com certeza, pois pode ser que eu tenha deixado cair no chão quando pensei te-la colocado na carteira). Parece que por aqui os guardas ficam procurando por serviço!!

Além deste fato, a única novidade da semana e do mês é que cortei meu cabelo hoje.Ficou totalmente diferente do que eu havia planejado. Cortei a franja como eu fazia até os 11/12 anos de idade. Minha cara de criança acentuou e de acordo com os amigos estou parecendo personagem de anime. Gostar, eu não gostei, mas é bom mudar de vez em quando. E tomara que esta mudança atraia consigo outras mudanças na minha vida (todas boas, espero). No final das contas, acho que a grande lição é: nem sempre as mudanças ocorrem do jeito que planejamos, mas temos que aprender a conviver com elas do mesmo jeito! Neste caso, é melhor aceitar a situação e seguir em frente...




Bom, pessoal,  me desculpem pela simplicidade das fotos. Acabei de tirá-las (poucos segundos atrás e só para postar no blog), então não estão boas, pois não estou no melhor momento para tirar fotos. Mas quero saber a opinião sincera de vocês sobre o cabelo. Se não gostaram, é importante que me digam para que eu não cometa o mesmo erro da próxima vez!

Um forte abraço a todos, cheio de saudade e recheado de carinho!
Tali